
13 de Maio e os Pretos Velhos
É muito comum nos centros de Umbanda, ver comemorações no dia 13 de Maio em homenagem a Linha das Almas, Linha dos Pretos velhos. Mas você sabe por quê? Dia 13 de Maio quando relembramos a histórica “Abolição da Escravatura” no Brasil, é comemorado na umbanda o “Dia do Preto Velho”. Os Pretos Velhos representam o espírito de superação e transcendência de toda a tortura e sofrimento vividos por escravos no passado; quando homens negros eram tratados como objetos de comércio e lucro dos grandes senhores. Os Pretos Velhos após sucessivas reencarnações transformam-se em espíritos de luz e guias mediúnicos muito eficazes para trabalhar em diversos setores. Características: Os Pretos velhos, tanto espíritos de idosos africanos escravizados e trazidos para o Brasil, como negros que nasceram em solo pátrio, são símbolos de sabedoria e humildade, verdadeiros psicólogos do profundo conhecimento dos sofrimentos e aflições humanas. Joana de Ângelis, a venerável irmã conhecida no trabalho espírita, conhecedora da alma dos sofrimentos dos encarnados, arguta observadora do psiquismo, atua como mais singela e anônima vovó preta nas frentes umbandistas, assumindo um nome simbólico, como tantos outros espíritos luminares, retomando a forma de uma antiga encarnação em solo africano. A todos, esses espíritos missionários consolam amorosamente, como faziam antigamente, inclusive nas senzalas após longo dia de incansável trabalho físico. A infinita paciência em ouvir as mazelas e choramingas dos consulentes fazem dos Pretos velhos as entidades mais procuradas nos terreiros. Assim como os caboclos, usam, ervas em suas mandigas e mirongas. Suas rezas e invocações são poderosas. Com suas cachimbadas e fala matreira, espargem fumaça sobre a pessoa que está recebendo o passe e higienizam as auras de larvas astrais e energias negativas. Com seus rosários e grande amor, são notáveis evangelizadores do Cristo, e com muita “facilidade” doutrinam os obsessores que acompanham os consulentes. Demonstram que não é o conhecimento intelectual ou a forma racial que vale no atendimento caridoso, e sim a manifestação amorosa e sábia, de acordo com a capacidade de entendimento de cada filho de fé que os procuram. (Obra: Umbanda pé no Chão, 1°edição, pp. 27/28)