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Mediunidade 3

13. Ao contrário do que todos pensam, o médium deve procurar estudar e ter conhecimentos suficientes para exercer a sua mediunidade, já que a entidade se utiliza desta cultura pré-existente no psiquismo do médium, inclusive dos arquivos inconscientes do mesmo (experiências vivenciadas em outras reencarnações) para formatar um diálogo fiel ao que deseja transmitir ao consulente. São evocados lembranças, conhecimento arquivados na memória, mas já esquecidos, enfim, uma gama de facilitadores que proporcionem uma sintonia fina entre entidade e médium.

14. Uma entidade espiritual, na maioria das vezes, está em um estágio evolutivo superior ao médium que incorpora se não for o caso, pelo menos está atuando em um plano menos limitador, que permite mais liberdade de ação e conhecimento. Construir uma ponte que facilite essa interação fiel, entre um psiquismo e outro é o desafio que a mediunidade impõe a ambos (médium e entidade). As dificuldades são enormes: individualidades e psiquismos diferentes, planos existenciais separados por uma barreira dimensional e distanciamento evolutivo são algumas dessas variáveis, que colaboram para transformar a mediunidade em um processo complexo, sutil e misterioso. Quanto mais potente, reforçado por conhecimentos e cultura for o psiquismo do médium, melhores serão as condições para se produzir interações de qualidade. Não é regra, mas tem seu peso e deve ser levado em consideração.

15. Ao falarmos em psiquismo, estamos usando outra forma de denominação, para o que comumente, se chama animismo. Animismo, na mediunidade é a participação da inteligência encarnada nas manifestações espirituais. Em outras palavras, é a contribuição do próprio médium no exercício da sua mediunidade. Considerado um estigma por muitos, e transformado ao extremo como mistificação, essa contribuição, como vimos é real e o espírito manifestante, precisa e faz pleno uso dessa faculdade ao qual, no meu entender, é mais bem conceituada com o termo psiquismo. Animismo/Psiquismo, não é crime de lesa mediunidade, é necessidade inerente ao processo de manifestação mediúnica. O psiquismo pode ser comparado ao períspirito da mediunidade, é a base com o qual a entidade trabalha para gerar a manifestação de seus pensamentos, desejos e vontades. É o meio que possibilita a expressão da entidade na matéria.

16. Um último fator que deve ser levado em conta é a famosa padronização dos processos de incorporação. Os espíritos que trabalham na corrente espiritual da Umbanda, se utilizam da roupagem fluídica de caboclos, preto-velhos e crianças, entre outros, não porque, necessariamente, um dia já foram índios, escravos e crianças, mas sim porque essas roupagens representam os arquétipos (modelos) para apresentação dos Mestres da Fortaleza (caboclos), da Pureza (crianças) e da Sabedoria (pretos-velhos). Exus/Pombas-gira, porque se faz necessário uma roupagem mais densa para cumprirem os seus papéis de agentes da justiça kármica e frenadores (repressores) de demandas e magias nos círculos espirituais em que atuam. Para se ter apenas uma idéia, todos os espíritos que se utilizam da roupagem fluídica de crianças são espíritos adultos, e que resolvem se manifestar como crianças, por terem afinidades com o trabalho e o modelo de Mestres da Pureza.

Acreditamos que conseguimos levantar um pouco do denso véu que recai e transforma a mediunidade em algo misterioso e ao mesmo tempo difícil de lidar.Devemos estar sempre alertas, para o fato que tanto nós como as entidades espirituais convivem e somos conseqüência da nossa pluralidade de existências. E que também estamos sob a vigência da Lei Maior chamada EVOLUÇÃO. Por conta disso, nada, mas nada mesmo pode ficar estático, impenetrável, insolúvel, misterioso e incognoscível (que não se pode conhecer) no Universo. Impenetrável, insolúvel e incognoscível, somente Deus.

Respeitemos, pois, a mediunidade alheia.

Não sejamos críticos daquilo que não podemos garantir em nós mesmos.Não menosprezemos o trabalho alheio, para mais tarde não sermos nós os menosprezados.

Por maior que seja a nossa certeza e fidelidade (inconsciência) mediúnica, lembremos que amanhã podemos nos deparar com uma situação completamente nova que não consigamos catalisar direito.Para isso é que existe uma máxima que diz: médiuns desenvolventes somos todos, para sempre.

Divaldo Franco, o grande orador espírita, um dia deixou de estudar o tema escolhido para ele ministrar uma palestra, por que tinha certeza, que nessa hora um espírito se aproximaria dele e lhe inspiraria. Chegado o momento, chamado ao púlpito, com centenas de pessoas à frente, Divaldo se desesperou. Nada de espírito algum se manifestar, e como ele não tinha estudado, nem dele mesmo conseguiria proferir algo sobre o tema em questão. Quando seu silêncio estava se tornando constrangedor, sua instrutora espiritual Joanna de Angelis lhe apareceu e chamou a sua atenção. Aquela seria a última vez que Divaldo seria ajudado por um espírito se ele não estudasse os temas das palestras antes de efetuá-la. Além de proporcionar o seu aprendizado individual, estudar os temas permite a Divaldo, criar um arquivo em seu psiquismo para facilitar a comunicação do espírito instrutor e na formação da concatenação das idéias a serem transmitidas.

Diante de fatos como esses, eu prefiro que meus conhecimentos sejam como já foram tachados, originados de livros e internet, pelo menos eu estudei e pesquisei bastante; que eu seja um médium que não está com nada e que cometa gafes e ratas no exercício da minha mediunidade, eu prefiro estar em constante desenvolvimento e aprimoramento mediúnico, ou como já disse Raul Seixas, "Eu prefiro ser, essa metamorfose ambulante".

Agradeço a todas as entidades que escolheram trabalhar com este médium (falho e cheio de defeitos), com certeza, elas sim, acreditam na minha capacidade e estão satisfeitos com os resultados que alcançam.

Em resposta a todas as críticas a minha mediunidade, digo apenas o seguinte: os cães ladram e a caravana passa.

 

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